TODA A MULHER É MEIO ALICE*

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Ser ou não ser Alice? Quais são as questões.

Alice anda impaciente consigo mesma. São tantas coisas... Escola do filho, trabalho chato com um chefe pentelho, uma casa com pessoas de diferentes personalidades para administrar e uma incessante vontade de ouvir Pink Floyd.

Quando chega em casa, joga sapato, bolsa, meias e todos os penduricalhos femininos em algum canto da sala, joga-se no sofá e por ali fica... Ah! Aquele instante que possui a eternidade de uma quimera...

Como o de costume naquele horário, o vizinho do apartamento ao lado liga o Rádio FM no ultimo volume com suas músicas sertanejas; detalhe: Zezé de Camargo e Luciano – como odeia esse estilo musical e essa dupla em especial! (...).

Como já é de costume naquele horário, levanta e branda em alto e bom som: - Como é difícil ser eu! E quantas são as dificuldades... Alice ama e não é amada; na caixa de entrada de mensagens do celular, inúmeros torpedos do namorado com os seguintes dizeres: “- tigrona, seu tigrão tá a fim de te pegar rsrsrs. Vamos fazer selvageria hoje à noite? Espero resposta. Uma lambida bem gostosa você sabe aonde rsrs”. Como ela odiava esse tipo de mensagem... Não era tigresa, tão pouco tigrona, e se sentia meio que um naco de carne ambulante, já que o cidadão quando gozava, virava pro lado, acendia o cigarro e dormia.

Alice foi correr e trouxe como companhia seus fantasmas... Pensou nas coisas que fez e que deveriam ter sido feitas de outro modo; colocou-se prazos para executar planos estacionados e terminar os em andamento. Planejar talvez seja a única forma de pôr-se regras... Sempre detestou metas! (...) Sempre preferiu o improviso da vida que uma possível frustração de uma meta não atingida.

Ligou pro namorado e lhe dispensou! Não quer só gozar, quer fazer amor! – será que os homens não percebem o óbvio? Sempre tão preocupados com o seu prazer e suas necessidades... Para uma mulher não é só o ato em si que importa; muitas das vezes, o depois é que dá a satisfação, não apenas para o corpo mais também à alma...

Após o banho, executou todas as tarefas diárias que sempre fez em casa. Cansada, foi para sacada e olho para o céu – “que lindo céu faz hoje...” Observou a lua e no baforar do cigarro viu sua sombra e o contorno que parecia ser gente; pensou: “- minha sombra poderia até ter vida!”. Riu de si mesma... Riu por ser quem é e exatamente por saber quem era, que não sabia quem era, o que confundia sua cabeça. Sempre se sentiu várias... Há nela a dona de casa, a amiga, a mãe, a trabalhadora, a puta, a cidadã, a briguenta, a solitária...

A bem da verdade há uma Alice em cada esquina. Todas esperando e desejando ser compreendidas, amadas e reconhecidas... Muito mais que saias, batons e gemidos, Alice é uma forma de expressão! Um meio de colocar pra fora tudo aquilo que acha ou que pensa. Sem o estereotipemos de sexo frágil ou palavras de ordem feministas.

Toda mulher se faz de louca, toda mulher, é meio Alice.

* Mais uma vez escrevo sobre Alice, pois ela sempre me surpreende positivamente. E mais uma vez recomendo a todos que a leiam.

Comments

13 Responses to “TODA A MULHER É MEIO ALICE*”
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Jairo Borges disse...

É verdade daniel! mt mais que saias e gemidos as alices por aí esperam serem compreendidas e amadas! Mt bom msm Daniel! Como disse no outro comentário. Estou enchergando mt mais propriedade e objetividade em sua nova fase! parabens e até!

1 de abril de 2009 às 10:36
Neto disse...

Eu não sei bem mas parece que já tinha lido esse post. No entanto, está tudo bem, seu conteúdo é original. E é mesmo: existe uma mulher tipo "Alice" em cada esquina.

e eu gostaria de me cruzar com ela... :)

Abraços e, mais uma vez, parabéns pelo novo blog!

1 de abril de 2009 às 14:30
Atila City disse...

Sabe, Alice no País das maravilhas é um dos contos mais psicodélicos que conheço depois é claro que Alice no País dos Espelhos o que vai mais a fundo na psique da pequena Alice.
Todas as mulheres tem sim o "Q" de Alice, de Joana, de Maria e de tantos outros nomes que se junta-se todas, encontraríamos uma, com perfeções e imperfeições, com dias e horas diferentes mas com crises iguais, enquanto nós Romeus, Daniéis, Atilas... enfim todos nós macacos sem pelo somos o paradoxo da sensibilidade que se temos por um lado a sensibilidade de amar todos estes pontos de perfeição e de imperfeição temos também a friesa de muitas vezes escoder todo este amor, todo este tesão, toda esta admiração, tanto para nós mesmos como para todos os outros.
E enquanto mantermos o exteriotipo do macho a moda antiga, ainda teremos que penar na mão das modernas mulheres, não digo que devamos ser metrosexuais, mas sim exopor-mo-nos mais as Alices que nos são valiosas!
sobre o convite, para que email que eu mando?
claro que esta de pé!

2 de abril de 2009 às 06:15
Anônimo disse...

Pensei que ela ia suicidar-se. Na verdade, torci...
foi mal..hehehe

Edgar Borges
ainda no www.edgarb.blogspot.com

2 de abril de 2009 às 13:37
Alinelua disse...

Eu sou muito de Alice!... às vezes nada, também...

2 de abril de 2009 às 15:17

Eu sou bem Alice. Bem mesmo.

2 de abril de 2009 às 16:25
Marcela disse...

Daniel, é minha primeira vez aqui no seu mais novo espaço :) Com certeza a mudança de endereço não alterou a qualidade e meu interesse pelos seus posts ..
E realmente, toda mulher é meio Alice.. uns dias por completo, outros nem tanto, mas sempre um tanto de Alice!
Baci.

2 de abril de 2009 às 16:50
Isa Discacciati disse...

Oi,Daniel,
Ótimo texto. Somos tão simples que chegamos a este grau de complexidade que nem mesmo a gente entende...aliás,nós somos as que menos entendemos.
Um abraço

3 de abril de 2009 às 08:39
Unknown disse...

E ai meu amigo....foi malz a demora mas estava malzz...mas ja melhorei.....

com certeza existe..varias alices espalhadas por ai ne......é parte desse jogo..basta sairmos delas....


paraens pelo novo blog...

abraços

4 de abril de 2009 às 06:21
Edgar Borges disse...

Meu, tu perdeu a oficina. muito legal.

4 de abril de 2009 às 09:27
Anônimo disse...

acho que todas tem uma alice aqui dentro porem tem dias que ela esta evidente ja outros não

4 de abril de 2009 às 11:18
Anônimo disse...

E dizem por aí que quando "Alice" a mulher usa de um subterfúgio: seu alter-ego anárquico. Daí ela pode mais o que, se não "Alice", poderia.

Alice
aliceesuasombra.blogspot.com

5 de abril de 2009 às 07:57
Anônimo disse...

E dizem por aí que quando "Alice" a mulher usa de um subterfúgio: seu alter-ego anárquico. Daí ela pode mais o que, se não "Alice", poderia.

Alice
aliceesuasombra.blogspot.com

5 de abril de 2009 às 07:57