BEBEDEIRA E SOLIDÃO

quinta-feira, 13 de agosto de 2009



Ontem à noite ao ler um texto do Arnaldo Jabor no Pornopolítca, lembrei de um fato que vivi junto com um amigo. A este chamarei de “F”. O texto me fez lembrar do dia em que consolei “F” após o mesmo ter terminado um namoro de cinco anos e é o que contarei a seguir.

A mais ou menos dois anos às 23h00min de uma noite quente de Roraima meu celular tocou e eu atendi já sonado. Aos prantos meu amigo informou que estava em sua casa, bebendo vinho, ouvindo Reginaldo Rossi e pedindo pelo amor de Deus que eu fosse lá. E foi i que fiz! Chegando lá o encontre jogado no chão, agarrado a garrafa numa típica cena de filme.

Ao me ver, “F” levantou-se e me abraçou fortemente... Nunca esquecia o que ele me disse: - Homem é uma porcaria mesmo! Quando apaixonados, já não somos mais donos das rédeas de nossas vidas...

Há mulheres que não compreendem. A “mística” de que “todo homem é safado” muitas das vezes nubla o que é simples. Somos mais pueris do que elas imaginam... Não somos completos sem uma mulher; elas nos formam e nos moldam, transformando homens em Pessoa. Sujeitos “completos”, com a unicidade necessária para sermos companheiros, amantes e amigos.

Nós não estamos preparados para fins de grandes amores. Não é papo de homem, justificando um pensamento. É real! As mulheres se entregam mais facialmente, são mais fieis e preparadas emocionalmente que nós. Em geral, após um término de relacionamento, as mulheres se fecham, não se envolvem com alguém enquanto não estiveram curadas. Homens já vão atrás de outra para esquecer. Ledo engano...

Após quase duas horas conversando sobre o fim do relacionamento (ele, chorando e lamentando – eu, consolando e controlando a bebida), conseguimos restabelecer a normalidade das coisas. Ele foi tomar banho, enquanto fui organizar a mini-bagunça.

Enquanto arrumava as coisas, não pude deixar de sentir a sua solidão. Mulheres, como são competitivas, não conseguem entender a amizade masculina. Nossa amizade transcende a mera companhia. A dor do outro dói em nós. E a dor do meu amigo também era minha...

Naquela época minha solidão era quase física! Por mais que eu “controlasse o calendário sem utilizar as mãos”, não tinha uma mulher pra chamar de minha; confesso que até sentia uma ponta de inveja dele, por sofre por amor... Eu via com tudo aquilo com um halo meio que divino. Sofrer por amor...

Depois da ducha tomada e sala organizada fomos para um puteiro. Se alguém aqui me perguntar o porquê, é simples! Pagamos putas para que elas não existam! (...) – eu sei afirmação machista, mas é a pura verdade. Chegamos as 01h00min da manhã no Contatos. “F” pediu uma garrafa uísque de 12 anos e lá ficamos a apreciar “a vista”; lá pela 03h30min já estávamos bêbados, e ele acompanhado por uma loira, peitos médio empinado e bunda redondinha.

– Magrelo, tenho que dá conta dessa coisinha gostosa aqui!
– Há vontade meu amigo, há vontade! (...).

“F” se despediu de mim e foi para um quarto com a loira, deixando o dinheiro das despesas comigo. Saí de lá cambaleando e pedi um táxi; no meio do caminho, me veio à idéia de ir para outro puteiro “finalizar a noite”. Parei no Zero Grau, um cabaré de 5ª categoria; “contratei” para o serviço uma mulata, cabelo curto escuro, olhos castanhos e bunda empinada de nome Poliana. Fomos para o quarto e aí me veio novamente à solidão. É a pior coisa, esse mix de puta, bebedeira e solidão.

Tiramos à roupa e começamos, ela de quatro e eu ali, nela e a “meia bomba”; goza logo, goza logo, me dizia ela em tom enfurecido. Quando fui mudar de posição, ela levantou-se, e começou a se vestir.

– Ei, paguei você pra gozar!
– E você não gozou!

Poliana terminou de se vestir, saiu batendo a porta e me deixando ali, com o P... na mão! Solidão, bebedeira, puta, não gozo e R$ 30,00 a menos na carteira.. Pagamos as putas para não existir, e elas nos servem sem pena. Puta não gosta do cliente, só do cafetão. Ele a bate, come com força, explora, e assim preenche os seus vazios existenciais.

No outro dia, fui à casa de “F”. Tanto ele quanto eu falamos de nossos infortúnios, por mais que estivéssemos “acompanhados” à noite, estávamos sozinhos. Ele ainda teve mais sorte, pois conseguiu gozar, mas inda sim, seu coração estava em mil pedaços. E eu, solitário e sem dinheiro no bolso desejava encontrar a minha Princesa Encantada...

EXTRA:



Reativei o Só Pensando e não estou sozinho! Convidei para conduzir o blog junto comigo Valéria de Oliveira (quintas-feiras), Átila City (segundas-feiras), Pâmela Rodrigues (sextas-feiras) e mais dois amigos que ainda estou esperando a resposta. Funcionará de segunda-feira a sexta-feira, com intervalos de uma semana sim outra não. Já postei um texto lá e a Valéria Também, vão e leia-o. Continuarei escrevendo aqui, mas nas terças-feiras estarei só pensando...

Graças a Deus encontrei a minha Princesa Encantada...

Comments

14 Responses to “BEBEDEIRA E SOLIDÃO”
Post a Comment | Postar comentários (Atom)

Daniel,

Já contratei um prostituto e foi divino. Bem melhor do que muito namorado. Entonce... Tudo certo. :D

Beijos

13 de agosto de 2009 às 18:56
Cadinho RoCo disse...

Quando bem tratadas as putas são ótimas.
Cadinho RoCo

13 de agosto de 2009 às 20:13
Neto disse...

Ah, meu amigo! não só nessas horas, como também em outras, putas é o melhor que há! É só entender a frase do Cadinho aí! :)

Já me apaixonei por uma, rodei o país ao lado dela (gastando, é claro!) mas enfim, saí da relação cheios de experiências - e era tudo o que eu queria e precisava rss

Grande abraço.

ps. Aceitei seu convite, retifiquei-me no post da Val e postei lá no seu também. Agora, tô na área, se derrubar é penalty!

14 de agosto de 2009 às 06:44
Neto disse...

Parceiro

E sobre nosso 'abençoado' Senado, já tem manifestação nas ruas, veja:
http://sakuxeio.blogspot.com/2009/08/qualquer-movimento-e-valido.html

's

14 de agosto de 2009 às 06:51
Anônimo disse...

Oi DanDanm os 4 primeiros parágrafos do seu texto é impecável.Sua indignação final e revolta estremeceu-o perto do fim.Mas essas expperiências todas são muito importantes em nossas vidas,e vão nos levar futuramente ao caminho certo!Que teus sonhos de vida sejam abençoados e que sua alma e coração
permaneçam em plenitude.Sempre torcendo pelo seu crscimento, sucesso e felicidade,sempre!!!
Abraço, Rachel KeKa.
http://keka-dan.myblog.com.br

14 de agosto de 2009 às 07:08
Anônimo disse...

"Os amores platônicos acabam por ser mais "puros", pois é o amor devotado, dado de bom grado e sabendo que muito dificilmente haverá reciprocidade. Eu sei bem o que é isso..."

Li esse comentário q vc fez num post da Pâmela e amei, tudo haver com o q escrevi no meu ultimo. Vim aqui te conhecer, mas havia tantos blog rss q fiquei sem saber em qual comentar rss

Bjinhos

14 de agosto de 2009 às 08:49
PR Iuris disse...

"Há mulheres que não compreendem. A “mística” de que “todo homem é safado” muitas das vezes nubla o que é simples. Somos mais pueris do que elas imaginam... Não somos completos sem uma mulher; elas nos formam e nos moldam, transformando homens em Pessoa. Sujeitos “completos”, com a unicidade necessária para sermos companheiros, amantes e amigos."

Seu texto é ótimo, nossa! Ótimo pra uma sexta. eu não posso dizer que conheço os serviços da prostituição. Mas, quando trabalhei em uma ONG, funcionava perto uma outra ONG de prostitutas. Até jornal tinha. E eu as via sempre, "não vestidas" para o trabalho.
Me lembro que o jornal era gratuito e eu semrpe lia. Era jornal de prostituta para prostituta. Com dicas de segurança, roupas, maquiagem, sexo seguro, contos eróticos e tudo mais.
Bem legal e original.
E as vezes eu via as moças do jornal lá na ONG, com roupas normais, diferentes das do jornal e eu pensava: tão iguais, tão próximas, tão mulheres, tão seguras, como se garantem.
Eu era bem adolescente na época, tinha pouco mais de 17, mas aquele tipo de auto estima lááá em cima é difícil de se ver.

Beijos, vou postar lá no "só pensando".

14 de agosto de 2009 às 09:10
Silvana Alves disse...

aiaiaia
se não fosse comico
seria trágico
sua noite no prostibulo....rsrs

14 de agosto de 2009 às 16:44
~*Rebeca*~ disse...

Camarada, seu amigo na dor de cotovelo e você que não goza?!? Tem coisa errada aí, mas a culpa com certeza não foi da mulata!

até mais.

Jota Cê

14 de agosto de 2009 às 18:32
Anônimo disse...

Dani, muito legal este relato cara... São coisas da vida. Acredito nas lágrimas e no sofrimento de um homem como qualquer mulher. Existe uma diferença por costumes e nosso cultura - é claro-. MAs dor de amor é dor de amor e pronto. Todos choramos por isso. Principalmente aqueles com a ''alma feminina'' aflorada que tendem a maior sensibilidade. Isto é lindo...

Mas mulher já não vai ao puteiro para poder esquecer..é um pouco diferente... Hahahahaha

Beijo querido!

15 de agosto de 2009 às 11:31
Karin disse...

Muito bom seu texto! Me fez desacreditar um pouco menos em relação ao labirinto de emoções masculinas... que bom encontrou sua Princesa Encantada... ainda procurando meu Príncipe
Bom fds p/ ti

15 de agosto de 2009 às 19:48
PR Iuris disse...

Já que você não atualiza, deixei uns selinhos no blog pra você.
Bjosssssssssssssssssssss

17 de agosto de 2009 às 20:04
Jairo Borges disse...

Pois é Daniel, enquanto ainda depositarmos nossas esperanças de felicidades nas outras pessoas, nunca gozaremos e nos sentiremos sempre sozinhos! Abçs!

21 de agosto de 2009 às 00:12