Um dia, muito tempo antes de muitos deuses terem nascido, despertei de um sono profundo e notei que todas as minhas máscaras tinham sido roubadas – as sete máscaras que eu havia confeccionado e usado em sete vidas – e corri sem máscaras pelas ruas cheias de gente gritando: ladrões, ladrões, maldito ladrões!
Homens e mulheres riram de mim e alguns correram para casa, com medo de mim. E quando cheguei ao mercado, um garoto trepado no telhado de uma casa gritou: É um louco!
Olhei para cima, para vê-lo. O sol beijou pela primeira vez minha face nua, e minha alma inflamou-se de amor pelo sol, e não desejei mais minhas máscaras. E, como num transe gritei: benditos, benditos, benditos os ladrões que roubaram minhas máscaras!
Assim me tornei louco. E encontrei tanto liberdade como segurança em minha loucura: a liberdade da solidão e a segurança de não ser compreendido.
Homens e mulheres riram de mim e alguns correram para casa, com medo de mim. E quando cheguei ao mercado, um garoto trepado no telhado de uma casa gritou: É um louco!
Olhei para cima, para vê-lo. O sol beijou pela primeira vez minha face nua, e minha alma inflamou-se de amor pelo sol, e não desejei mais minhas máscaras. E, como num transe gritei: benditos, benditos, benditos os ladrões que roubaram minhas máscaras!
Assim me tornei louco. E encontrei tanto liberdade como segurança em minha loucura: a liberdade da solidão e a segurança de não ser compreendido.
Autor: Khalil Gibran
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Comments
10 Responses to “ ”
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sim, querido, se desfazer das máscaras é um deleite.
18 de maio de 2009 às 21:59beijos e boa semana
MM.
Daniel,
19 de maio de 2009 às 15:34Taí. Amei este seu post.
"a liberdade da solidão e a segurança de não ser compreendido."
Sei bem do que fala o autor. rsrs
Beijos
É...quando as mácaras caem dá prazer pra quem as rouba (derruba) como pra quem se livra delas (por incrível que pareça).
20 de maio de 2009 às 08:23Simplismente perfeito o texto Daniel! Mais um exemplo de como o mito da caverna realmente funciona!
20 de maio de 2009 às 15:38Taí, Daniel!
20 de maio de 2009 às 15:55Um texto profundo e bem reflexivo (e logo para uma noite solitária como essa de quarta, putz!).
Gostei, cara! Mandou bem!
Gosto muito de Gibran. ótimo texto!
21 de maio de 2009 às 08:43bjz
Gosto muito de Gibran. ótimo texto!
21 de maio de 2009 às 08:43bjz
Gosto muito de Gibran. ótimo texto!
21 de maio de 2009 às 08:43bjz
Eu me despi das minhas máscaras e assumi a minha solidão e loucura.
22 de maio de 2009 às 14:07Já votei várias vezes...
Bom fim de semana.
Adoro Khalil Gibran e todos os seus textos. "...não existe embriaguez maior do que alma louca do poeta!.." Bjs meu querido, tenha um bom final de semana.
23 de maio de 2009 às 12:00Postar um comentário