“Pois tudo que ofereço é meu calor, meu endereço. A vida do teu filho, desde o fim até o começo”. (Amor, meu grande amor – Ângela Rô-Rô).
Caro leitor, responda-me com sinceridade: O que é amor? Mas não me venham como as respostas de sempre, que “amar é tudo que existe” e blábláblá... Farei uma pergunta melhor: O que você ama?
Desde que nos conhecemos por gente, que temos a necessidade de amar. De início, o primeiro amor são os pais (o que se chama de “Complexo de Édipo”). Depois vêm as paixões de infância, os amores devastadores da adolescência e enfim o amor adulto. Sempre se espera que na “fase adulta”, a “maturidade emocional” já esteja implantada e desenvolvida, mas cá para nós, somos realmente “adultos emocionalmente falando”?
Vivemos numa sociedade liberal, onde o sexo possui uma importância substancial nos moldes dos relacionamentos atuais. Antigamente namorava-se para depois transar, hoje o caminho é inverso. Boa parte dos relacionamentos nasce das aventuras sexuais que temos.
Mas também é característica da “Sociedade Moderna” os padrões e estereótipos. Caso mais recente dessa presença imperiosa das exigências modelares de hoje, aconteceu no Ídolos dos EUA. O caso de Susan Boyle ganhou o Youtube e conseqüentemente o mundo. No vídeo pode-se observar desde pseudo-jurados e a platéia. Uma mulher feia, desajeitada ali, frente a eles. Percebam os risos sarcásticos, o deboche e todo o preconceito humano expostos lá, frente a uma pessoa que nem avaliada podia ser, pois até então não tinha cantado. Quando a mesma começou a cantar, o mundo veio abaixo e constastou-se o quanto canta bem.
Aí vocês me perguntam: o que tem Susan Boyle haver com o tema desse texto Daniel? Respondo: tudo! Antes de nos relacionarmos amorosamente como alguém, temos de relacionar bem com outras pessoas “nas outras modalidades de amores”. Vejam o caso de morte envolvendo menores no ano passado; o amor entre pais e filhos é o mesmo de antigamente? A primeira prova de fogo que temos é nessa modalidade. Os relacionamentos familiares andam cada vez mais difíceis. Os choques de valores e de mundos muitas vezes provocam rompimentos familiares traumáticos. Perceba no caso Nardoni, a madrasta com ciúme da filha do primeiro casamento do cara, e o cara matando a filha em prol do segundo enlace conjugal. Resultado: uma criança assassinada brutalmente e os dois presos. Fica a pergunta: precisava disso tudo? Cadê o amor nessa família?
Nossas amizades andam cada vez mais escassas e superficiais. Respondam-me: quantos “melhores amigos” vocês tem? Quais são os critérios de escolha que cada um de vocês possui para relacionar-se mais profundamente com o outro? Obviamente que todos querem pessoas que sejam companheiras, atentas, responsáveis, cúmplices... Todavia, você também é assim? Está sempre disposto a ouvir, a ajudar o outro sem segundas intenções?
Amar é compreender, entender e principalmente, ter a ciência do “ser humano real”. O que quero dizer com isso? Temos de aceitar as pessoas como elas são! Com qualidades e defeitos. Precisamos nos livrar das idealizações do outro. Cada pessoa é o que é. Tem uma realidade social, sentimental e psicológica.
Às vezes paro e penso nesses ideários de padrões de beleza e afins de hoje. O homem e a mulher têm de serem bonitos, elegantes, bons de sexo, articulados, inteligentes, cultos e bem de vida. Fico observando na TV, revistas e Net essas “tendências” malucas, e essa obsessão consumista de se adaptar a estes quesitos. Não se faz academia por causa da saúde, mas sim, ficar bonito e atraente. Tudo bem, gente bonita chama atenção, mas pra que tudo isso? Parece que ter barriga de cerveja ou celulite é o fim do mundo! Por que avaliar uma pessoa somente pelo corpo? Beleza agora tem valor de caráter?
As pessoas têm de prestar atenção no real, no que é, e sair dessa ilusão propiciada por essa busca de ser padrão. Talvez seja por isso que os indivíduos hoje são tão solitários. Chamam atenção pelo corpo que possuem, pegam meio mundo mais dormem sozinhas. Tem amigos “descolados”, mas não hora do “vamos vê”, na hora da precisão, cadê? Não fica um!
O real por mais duro que seja ainda é o mais confiável! Ser feio não é pecado, muito pelo contrário! Aceitar uma amizade não abastada ou mesmo, entender que o outro não é perfeito e erra muitas das vezes com você. Perceber que o filho, o pai, a mãe, são seres humanos, e por isso são fálicos. Enxergar que o dinheiro compra caro importado e casa na praia, mas não felicidade, enfim... Amar o real, entender-se quanto ser fálico, e tentar ao máximo fazer o melhor pelo outro, dando um bico nos estereótipos... Quem sabe esse não é o atalho para ter uma vida feliz, ao lado de pessoas que possam lhe trazer algo de bom e verdadeiro.
Existe um Boyle em cada um de nós. Algo esteticamente não muito agradável, mas essencialmente lindo... E a questão que fica é: que amor você quer? Padronizado e superficial. Ou real, sem idealizações e mais bonito? O que você ama?
“É preciso amar as pessoas como se não tive amanhã. Por que se você parar pra pensar, na verdade não há”. (Pais e Filhos – Legião Urbana).
Caro leitor, responda-me com sinceridade: O que é amor? Mas não me venham como as respostas de sempre, que “amar é tudo que existe” e blábláblá... Farei uma pergunta melhor: O que você ama?
Desde que nos conhecemos por gente, que temos a necessidade de amar. De início, o primeiro amor são os pais (o que se chama de “Complexo de Édipo”). Depois vêm as paixões de infância, os amores devastadores da adolescência e enfim o amor adulto. Sempre se espera que na “fase adulta”, a “maturidade emocional” já esteja implantada e desenvolvida, mas cá para nós, somos realmente “adultos emocionalmente falando”?
Vivemos numa sociedade liberal, onde o sexo possui uma importância substancial nos moldes dos relacionamentos atuais. Antigamente namorava-se para depois transar, hoje o caminho é inverso. Boa parte dos relacionamentos nasce das aventuras sexuais que temos.
Mas também é característica da “Sociedade Moderna” os padrões e estereótipos. Caso mais recente dessa presença imperiosa das exigências modelares de hoje, aconteceu no Ídolos dos EUA. O caso de Susan Boyle ganhou o Youtube e conseqüentemente o mundo. No vídeo pode-se observar desde pseudo-jurados e a platéia. Uma mulher feia, desajeitada ali, frente a eles. Percebam os risos sarcásticos, o deboche e todo o preconceito humano expostos lá, frente a uma pessoa que nem avaliada podia ser, pois até então não tinha cantado. Quando a mesma começou a cantar, o mundo veio abaixo e constastou-se o quanto canta bem.
Aí vocês me perguntam: o que tem Susan Boyle haver com o tema desse texto Daniel? Respondo: tudo! Antes de nos relacionarmos amorosamente como alguém, temos de relacionar bem com outras pessoas “nas outras modalidades de amores”. Vejam o caso de morte envolvendo menores no ano passado; o amor entre pais e filhos é o mesmo de antigamente? A primeira prova de fogo que temos é nessa modalidade. Os relacionamentos familiares andam cada vez mais difíceis. Os choques de valores e de mundos muitas vezes provocam rompimentos familiares traumáticos. Perceba no caso Nardoni, a madrasta com ciúme da filha do primeiro casamento do cara, e o cara matando a filha em prol do segundo enlace conjugal. Resultado: uma criança assassinada brutalmente e os dois presos. Fica a pergunta: precisava disso tudo? Cadê o amor nessa família?
Nossas amizades andam cada vez mais escassas e superficiais. Respondam-me: quantos “melhores amigos” vocês tem? Quais são os critérios de escolha que cada um de vocês possui para relacionar-se mais profundamente com o outro? Obviamente que todos querem pessoas que sejam companheiras, atentas, responsáveis, cúmplices... Todavia, você também é assim? Está sempre disposto a ouvir, a ajudar o outro sem segundas intenções?
Amar é compreender, entender e principalmente, ter a ciência do “ser humano real”. O que quero dizer com isso? Temos de aceitar as pessoas como elas são! Com qualidades e defeitos. Precisamos nos livrar das idealizações do outro. Cada pessoa é o que é. Tem uma realidade social, sentimental e psicológica.
Às vezes paro e penso nesses ideários de padrões de beleza e afins de hoje. O homem e a mulher têm de serem bonitos, elegantes, bons de sexo, articulados, inteligentes, cultos e bem de vida. Fico observando na TV, revistas e Net essas “tendências” malucas, e essa obsessão consumista de se adaptar a estes quesitos. Não se faz academia por causa da saúde, mas sim, ficar bonito e atraente. Tudo bem, gente bonita chama atenção, mas pra que tudo isso? Parece que ter barriga de cerveja ou celulite é o fim do mundo! Por que avaliar uma pessoa somente pelo corpo? Beleza agora tem valor de caráter?
As pessoas têm de prestar atenção no real, no que é, e sair dessa ilusão propiciada por essa busca de ser padrão. Talvez seja por isso que os indivíduos hoje são tão solitários. Chamam atenção pelo corpo que possuem, pegam meio mundo mais dormem sozinhas. Tem amigos “descolados”, mas não hora do “vamos vê”, na hora da precisão, cadê? Não fica um!
O real por mais duro que seja ainda é o mais confiável! Ser feio não é pecado, muito pelo contrário! Aceitar uma amizade não abastada ou mesmo, entender que o outro não é perfeito e erra muitas das vezes com você. Perceber que o filho, o pai, a mãe, são seres humanos, e por isso são fálicos. Enxergar que o dinheiro compra caro importado e casa na praia, mas não felicidade, enfim... Amar o real, entender-se quanto ser fálico, e tentar ao máximo fazer o melhor pelo outro, dando um bico nos estereótipos... Quem sabe esse não é o atalho para ter uma vida feliz, ao lado de pessoas que possam lhe trazer algo de bom e verdadeiro.
Existe um Boyle em cada um de nós. Algo esteticamente não muito agradável, mas essencialmente lindo... E a questão que fica é: que amor você quer? Padronizado e superficial. Ou real, sem idealizações e mais bonito? O que você ama?
“É preciso amar as pessoas como se não tive amanhã. Por que se você parar pra pensar, na verdade não há”. (Pais e Filhos – Legião Urbana).
Comments
13 Responses to “AMAR O REAL”
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iara nao consegue explicar.
28 de abril de 2009 às 21:52talvez porque eu nunca amei alguem a nao ser papai e mamae;
Simplesmente adorei este texto. Me identifiquei com muitas coisas do que vocês escreveu, talvez por já ter sido vitima desse estereótipo da sociedade. Estamos mergulhando na «ditadura da beleza», onde parece que querem criar seres humanos em escala fordista, todos iguais uns aos outros... mas gostei muito desta sua frase: «Talvez seja por isso que os indivíduos hoje são tão solitários. Chamam atenção pelo corpo que possuem, pegam meio mundo mais dormem sozinhas». Uma grande verdade! Tambem vejo muito no Orkut, no Hi5, no Myspace ou em qualquer outro site desse género, pessoas com 88368368 e tal "amigos" mas será que conhecem toda essa gente? Será que na hora do sufoco podem contar com essas pessoas todas? Ou será só pra ter Ibope e passar a imagem de «sou super popular e toda a gente quer ser meu amigo?».
29 de abril de 2009 às 15:46Lembro-me de que quando lia um texto sobre a burguesia do século XIX, vi uma frase que se encaixa como uma luva nesta sociedade actual: «antes de ser, é preciso parecer».
Bjos
Ps: "Existe um Boyle em cada um de nós". =) Agora que tenho mais orgulho do meu pseudónimo :)
29 de abril de 2009 às 15:47Creio que é ser desarmado no meio de uma floresta negra e amedrontadora.
29 de abril de 2009 às 16:50Adorei, aorei , adoreei o texto. Sabe , já pensei muitas e muitas vezes sobre esse assunto; sobre o amar, sobre os estereótipos, sobre tudo o que nos é imposto pela sociedade.. e a única coisa que vinha na cabeça é de como é tudo tão inútil, tão tonto, tão vazio..
29 de abril de 2009 às 18:14Eu, agradeço todos os dias por isso, literalmente, tenho uma família unida, que viaja junta, janta junta , que sim, briga, mas que nunca deixa ficar assim. Amigos, tenho poucos; verdadeiros meesmo, tenho 2, tirando minha família, lógico. Colegas, tenho , mas não passam disso.
Ah, tudo se resume ao que você disse ao finalizar o texto, Daniel : 'As pessoas têm de prestar atenção no real, no que é, e sair dessa ilusão propiciada por essa busca de ser padrão. Talvez seja por isso que os indivíduos hoje são tão solitários.'
baaci!
eu amo o dinheiro
30 de abril de 2009 às 10:58eu amo alguem de longe
eu amo ser magra (37kg)
eu amo as musicas que escrevo
eu amo o rock
eu amo ter tempo livre de sobra
eu amo rir e rir a toa adoro crises de felicidade
eu amo quando a mais alta confiança toma conta de mim
acho que amor é tudo que acrescenta algo positivo em nossa vida!
Excelente teu texto.
30 de abril de 2009 às 15:33Amar... as pessoas confundem amor com posse, esse é o primeiro erro, amam o perfeito, o perfeito não existe.
E só com a maturidade se aprende que amar é muito mais que isso, amar é acima de tudo aceitar as pessoas com elas são: com seus defeitos e suas virtudes, inseguranças, um pacote completo de imperfeições.
Só que com a maturidade vem também o peso dos anos na nossa aparência e ai quando está pleno não consegue muitas vezes sequer chegar perto do seu alvo, pois numa sociedade em que se cultua o novo e o belo não sobra muito espaço para quem está pronto para o amor.
Quanto a amar, amo a vida , e principalmente amo a liberdade, meus filhos, amigos, ah! e amo o meu amor,rs.
Beijos
Muito bom o texto. Pessoal e bem fundamentado, atual!
30 de abril de 2009 às 17:38O que mais me intriga são os padrões tão almejados, superficiais. Não simpatizo com isso, questão pessoal minha, pois acho que eles são tão falsos como a aparência de quem os segue. Ser magro estar na moda, certo, mas sempre há um "porém", não basta ser magro, há de ser magro e bonito. Mas o que é a beleza? Quem define o que é belo ou não?
Isso me lembrou o filme "O sorriso da Monalisa", em uma cena em que a personagem da Julia Roberts questiona exatamente o que é a arte e quem a delimita.
O amor entra como um conceito que não há quem o defina. Vive-se e pronto. É preciso relacionar-se bem com os outros para chegar a relacionar-se bem consigo. Isso é psicanálise, projeção!
Enfim... milhões de comentários podem ser feitos com base no teu texto! ^^
Muito bom, de verdade!
Beijo pra tu! ^^
Cara, pra mim aqueles dois não mataram a Isabella. Depois que vi o depoimento dos dois ainda não consigo acreditar que o ser humano possa ser tao cínico!
1 de maio de 2009 às 11:13Tambem nao acredito o poder de persuazao desses povos...
2 de maio de 2009 às 21:57sinceramente o ser humano é um animal sem coração....
abraçao
Daniel,
2 de maio de 2009 às 22:20Como sempre sou meio do contra. Desculpa. rsrs
Eu já tentei me libertar dos padrões em minha juventude e descobri que é uma tarefa insana e dolorida. É muito mais fácil enquadrar-se (ou ao menos fingir direitinho) e ser aceita.
É bom ser magra, ter um trabalho decente, uma vida "direita", uma aparência saudável e, se possível, dinheiro, bastante dinheiro.
Dar murro em ponta de faca é dureza!
Beijos. :D
Confesso que não entendo o mundo que vivemos. Todos, se não a todo momento, em algum instante já sentiu o amor. Independente da intensidade, sentiu o prazer que ele nos dá. Assim, eu pergunto, como pode alguém se recusar a amar (no sentido amplo da palavra) por que o outro tem ou não tem isso ou aquilo, é gordo, é magro, baixo, alto.. feio?
4 de maio de 2009 às 12:58O que faz as pessoas cometerem atrocidades (caso Nardoni, caso Eloá) e associá-las a AMAR?
Não sou um exemplo de pessoa, mas sempre me faço esse tipo de questionamentos para me lembrar de que pré-conceitos, estereotipos e 'modelos' concebidos por outros não têm de ser obrigação pra mim.
Espero fervorosamente de que cada vez mais as pessoas acordem e passem a amar umas as outras pelo e como elas são, independente do que têm ou do modelo que alguns elegeram.
Adorei o seu blog.
Foi um prazer 'esbarrar' com ele nas avenidas da 'net'.
Bjos, e boa semana
Pois é...O que é e onde esta o verdadeiro amor?????
6 de maio de 2009 às 18:48Acho que o primeiro amor deve ser pessoal ou deveria. Só quando nos amamos com verdade, paramos de ligar para o padrão e nos tornamos mais seguros. O triste é que sempre amamos o outro primeiro, de uma forma ou de outra..Dificil mesmo....Mas quero envelhecer a alma da minha vida huauhauhauha
Bj
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